quarta-feira, 19 de maio de 2010

GRANDES ÍDOLOS - MANUEL NUNES "NECO"



O paulistano Manoel Nunes foi o primeiro grande ídolo da história corinthiana. Nascido em 1895 na mesma rua José Paulino localizada no Bairro do Bom Retiro onde o Timão foi fundado em 1910, Neco, como ficou conhecido, começou sua trajetória no Corinthians em 1911, jogando no terceiro quadro do time. Em outubro de 1913, a pedido de Amilcar Barbuy, capitão do quadro principal, foi escalado para fazer sua estréia na equipe.
Em sua segunda partida, mostrou seu faro de artilheiro ao marcar 3 vezes na goleada de 0 x 6 sobre o Lusitano em jogo realizado no Parque Antárctica em 12 de abril de 1914, e valendo pelo Paulistão daquele ano.
Estava dado o pontapé inicial na vitoriosa e folclórica carreira de Neco no Corinthians. Nesse mesmo , além de sagrar-se artilheiro do campeonato com 12 gols, conquista também  seu 1º título Paulista.
Em 1915, como o Timão não participaria de nenhum campeonato, acabou sendo emprestado para defender o Mackenzie.
Nesse ano, o Corinthians passou por grandes dificuldades financeiras, correndo o sério risco de ter de fechar as portas caso não pagasse as dívidas em atraso. Com o risco de ver o patrimônio do clube ser penhorado pela justiça , Neco teve a iniciativa de "assaltar" a sede do clube, levando todos os bens penhoráveis para um lugar bem seguro, e longe dos cobradores.
Em 1916, já de volta ao time, conquista seu segundo Campeonato Paulista.
Em 1917 é convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira para disputar o Sul-americano no Uruguai. No jogo de estréia contra a Seleção Argentina, apesar da derrota por 4 x 2,  Neco deixou sua marcar ao assinalar o segundo gol brasileiro, tornando-se o primeiro corinthiano a marcar um gol com a camisa do Brasil. Nesse campeonato Neco marcaria mais um gol na goleada por 5 x 0 contra a Seleção Chilena.
Em 1919 é novamente convocado para a Seleção Brasileira, e fatura seu primeiro título com ela, ao conquistar o Sul-americano disputado no Brasil. Nesse campeonato terminou na liderança da artilharia com 4 gols ao lado do brasileiro Friedenreich.
Em 1920 durante uma partida contra o Palestra Itália, Neco ao discutir com o árbitro da partida, Odilon Penteado do Amaral, teria ajeitado o calção, que na época era apertado por uma cinta. Os torcedores de longe, imaginaram que Neco estava ameaçando o juiz com a cinta. Quando a partida retornou, a cada lance duvidoso do juiz, a torcida logo gritava "Tira a cinta, Neco".
Essa história rendeu um outro episódio que segundo a lenda, Neco teria corrido atrás do jogador da Seleção Carioca, Nascimento para dar-lhe uma cintada.
Em 1922 conquista o Bicampeonato Sul-americano novamente com a Seleção Brasileira.
No Timão conquista o primeiro Tricampeonato Paulista em anos seguidos - 1922/1923/1924.
Em 1927, após agredir o árbitro Antônio Câmara e ser banido definitivamente do futebol pelo tribunal, Neco assume o comando técnico da equipe por 18 partidas.
Perdoado pelo tribunal, Neco retorna aos gramados em  março de1928.
Em novembro do mesmo ano durante o jogo que garantiu o Título Paulista de 1928, Neco quase foi alvejado por um Diretor da Portuguesa que havia invadido o gramado armado reclamando de um impedimento que resultou em um gol corinthiano.
Em 1929 fazia parte do elenco que conquistou o Campeonato, mas não participou de nenhuma partida.
Em 1930 conquista seu último Título Paulista com o manto alvinegro. Sua última partida foi no dia 31 de agosto contra o Internacional (SP).
Em 1937, dirigindo a equipe, conquista seu primeiro Campeonato Paulista da era profissional como treinador.
Neco é até hoje o 4º maior artilheiro da história do clube com 239 gols marcados em 313 jogos que disputou em 17 anos.
Neco faleceu em São Paulo aos 82 anos de idade em 31 de maio de 1977 a pouco menos de 5 meses da quebra do jejum em 13 de outubro.
















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